Otea ('Ōte'a)

O que é otea?

A otea é um estilo de dança vibrante do Ori Tahiti. Carrega tanta simbologia e história que podemos nos referir a otea, como um dos símbolos culturais mais importantes da Polinésia Francesa. Foi referida por Teuria Henry (responsável por recontsruir a história do Tahiti, autora do livro "Tahiti in Ancient Times"), como sendo "-uma dança violenta e espasmódica."

Originalmente segundo a história, a Otea era dançada exclusivamente pelos homens Polinésios, com raízes e vertentes Maori, exibiam movimentos de guerra, força e virilidade para se impor diante dos inimigos ou perigos, mostrar a força perante um grupo e até na hora da conquista. 

Somente com o tempo é que houve a dissociação para os seguintes estilos coreográficos:

  • Otea tane ('ōte'a tāne): dançada exclusivamente por homens;
  • Otea vahine ('ōte'a vāhine): essa dançada exclusivamente por mulheres;
  • Otea apiti ('ōte'a 'āpiti): executada por casais;
  • Otea amui ('ōte'a āmui): executada por grupos mistos.

Os ritmos vibrantes das oteas são acompanhados por tambores (pahu) e instrumentos tradicionais, formando percussões que tocam em batidas fortes e rápidas. As coreografias, exigem do dançarino resistência, agilidade, força e domínio técnico. Todo corpo entra no ritmo contagiante que não emite lírico, os significados das músicas ficam por conta dos dançarinos emitirem através dos gestos, portanto as coreografias de otea, pedem a execução de figuras e movimentos para transmitir o tema executado, enquanto o rítmo é embalado por movimentos ágeis e rápido dos quadris, em passos específicos do Ori Tahiti.

Quando dançada por grupos, os dançarinos ficam organizados em linhas separadas por colunas alternadas entre homens e mulheres, ou sem círculos e desenhos mais elaborados que destacam os movimentos fluídos da dança.

Os temas para se criar uma coreografia de otea podem variar, como exemplos: lendas, contos, situações ou temas abstratos.

Como figurino atual para dançar a otea, é comumente o uso do pareo (Pāreu) de tecido de algodão, amarrado a altura dos quadris que destaca e enaltece ainda mais os movimentos da dança. No busto é usado top ou camiseta para treinos do dia a dia ou aulas. Indo para o tradicional, além do pareo, a criatividade pode entrar em ação com a elaboração de saias de fibras naturais de cascas de árvores ou folhas secas ou frescas. Para a parte superior seguimos a mesma linha, top de algodão ou tops  também criados a partir de elementos naturais como flores e fibras e casca de coco. Vale a pena caprichar também em acessórios como: adornos de cabeça, coroa de flores ('Apua) colares (Hei) e cintos (Maro) para destacar os movimentos. Todos podem ser criados com extravagância ou com simplicidade, tudo vai variar de acordo com a ocasião e tema coreográfico escolhido. Devemos dar a devida atenção que esse processo merece, caprichando nos detalhes, se atentando para as cores e tipos de ornamentos e materiais usar em casa estilo apresentado.

A otea passou por evoluções, que começaram com  a chegada dos missionários as ilhas na década XVIII até se consolidar no século XX.

Confira abaixo um vídeo demonstrativo de como a Otea é dançada nos tempos atuais. Três dannçarinas de Ori Tahiti apresentando suas permormaces no festival Ori  Tahit Nui Competitions.