Originalmente os trajes usados para a prática do Ori Tahiti, eram 100% feitos de matéria prima natural recolhidos diretamente da natureza. Eram compostos de flores, folhas, fibras de cascas de árvores... Desta última em particular, era confeccionado o TAPA, tecido tradicional e sagrado feitos pelos nativos. O Tapa é um elemento rico e importante para os Polinésios, faz parte da cultura e história das ilhas.
Saias de fibras vegetais secas feitas normalmente de casca de PURAU (Hibiscus Tiliaceus), cintos para destacar os movimentos do quadril, I'I que é uma espécie de pom pom de fibras para enfatizar os movimentos das mãos, coroas e colares típicos e pareos, que anteriormente eram confeccionados em TAPA e passaram a ter o tecido de algodão em cores lisas ou estampas florais como principal matéria prima moderna. Para composição de acessórios e adornos, além de várias espécies de plantas e vegetais nativos, outros elementos naturais pertencentes à natureza podem ser utilizados, dentre eles estão elementos marinhos como madre pérolas, conchas, algas, escamas e ossos de peixes e elementos do mundo animal terrestre, como penas de pássaros. Desde a coleta até a confeccção das peças com essas matérias primas, é necessário respeito e um conhecimento do ambiente natural, como época de colheita e critérios de seleção. Grande parte destes materiais requerem uma preparação e habilidades às vezes complexas antes de seu uso, esse conhecimento é ancestral e transmitido de geração em geração.
A parte do busto, originalmente era livre, tops e adornos naturais para cobrir os seios, foram introduzidos com chegada dos missionários católicos às ilhas. Influência essa que refletiu diretamente na evolução dos trajes do Ori Tahiti, na dança e costumes culturais em geral. À partir dai tops de algodão ou outros materiais de tecidos sintéticos passaram a compor os figurinos. Os tops também podem ser confeccionados com elementos da natureza como: fibras e flores ou os famosos tops casca de coco como exemplos.
Para a prática de aparima em geral, é comum usar o tradicional pareo longo, na altura dos tornozelos, curtos em alguns estilos coreográficos e tops. Vestidos confeccionados a partir do TAPA. em especial para aparima mehura, já eram usados tradicionalmente mas, também sofreram alterações e foram adaptados em tecidos e modelos inspirados em vestidos missionários que cobrem todo o corpo. Nos tempos atuais, com influências modernas é permitido ousar mais nos modelos, tendo um leque de opções que variam dos tradicionais aos contemporâneos.
Ainda nos dias de hoje, se mantém a tradição dos dançarinos confeccionarem seus próprios trajes. Esse costume ancestral, é reforçado e introduzido na vida dos Polinésios ainda quando crianças. É comum também, escolas de todo o mundo promoverem oficinas exclusivas para ensinar esta arte Polinésia que enriquece ainda mais o Ori Tahiti. Portanto é importante que uma professora de Ori Tahiti, tenham o mínimo do conhecimento básico de confecção e importância dos trajes e repasse aos seus alunos.
Cada estilo de Ori Tahiti, cada canção e tema exigem um certo tipo de figurino, cor ou detalhes, como exemplos: para a interpretação de uma aparima que fala sobre o mar, deve-se ultilizar cores e elementos que remetem ao oceano, para uma interpretação de boas vindas, cores alegres e vibrantes e flores como adornos são boas opções...
O figurino dentro do Ori Tahiti é tão importante, que em alguns campeonatos é comum categorias destinadas a julgar e premiar os figurinos isoladamente. Portanto, vale a pena empenhar um capricho extra nos detalhes, principalmente porque ajudam a compor todo o cenário cénico das coreografias.