Otea ('Ōte'a)

 

O que é a Otea?

A Otea é um estilo vibrante e dinâmico do Ori Tahiti, carregado de simbologia e história. Considerada um dos mais importantes símbolos culturais da Polinésia Francesa, essa expressão artística foi descrita por Teuira Henry, autora do livro Tahiti in Ancient Times, como uma "dança violenta e espasmódica".

Origem e Evolução da Otea

Originalmente, a Otea era dançada exclusivamente pelos homens polinésios. Suas raízes têm influências Maori e estavam associadas a movimentos de guerra, força e virilidade, servindo para impor presença diante dos inimigos, demonstrar poder dentro da comunidade e até mesmo impressionar durante cortejos amorosos.

Com o tempo, a Otea evoluiu e se dividiu em quatro principais estilos coreográficos:

  • Otea Tane ('ōte'a Tāne) – dançada exclusivamente por homens.
  • Otea Vahine ('ōte'a Vāhine) – dançada exclusivamente por mulheres.
  • Otea Apiti ('ōte'a 'Āpiti) – dançada em duplas (casais).
  • Otea Amui ('ōte'a 'Āmui) – executada por grupos mistos.

Ritmo e Execução

Os ritmos vibrantes da Otea são acompanhados por tambores tradicionais (pahu) e outros instrumentos de percussão que criam batidas fortes e rápidas. As coreografias exigem resistência, agilidade, força e técnica apurada, pois não contam com letras, dependendo totalmente da expressão corporal para transmitir suas mensagens.

Os movimentos incluem passos rápidos e precisos de quadril, em conjunto com figuras e gestos que representam o tema escolhido para a dança.

Quando realizada em grupo, os dançarinos costumam se organizar em linhas alternadas entre homens e mulheres, ou formar desenhos elaborados como círculos e padrões simétricos que destacam a fluidez da dança.

Temas da Otea

A Otea pode retratar diferentes temas, como:

  • Lendas e mitos polinésios.
  • Eventos históricos.
  • Situações cotidianas.
  • Conceitos abstratos.

Figurino Tradicional da Otea

O figurino da Otea varia conforme a ocasião e pode ser tanto simples quanto elaborado. As opções mais utilizadas incluem:

  • Pāreu (Pareô) – tecido de algodão amarrado na altura dos quadris, destacando os movimentos da dança.
  • Top ou camiseta – usado para treinos e aulas do dia a dia ou tops elaborados com elementos naturais para competições e apresentações onde pedem um figurino mais sofisticado.
  • Saias de fibras naturais – feitas de cascas de árvores, folhas secas ou frescas, usadas em apresentações tradicionais.
  • Adornos naturais – coroas de flores ('Apua), colares (Hei) e cintos (Maro) que realçam os movimentos e enaltecem a estética da dança.

A escolha do figurino deve considerar as cores, materiais e ornamentos adequados ao tema da coreografia, valorizando os detalhes que tornam a Otea ainda mais impactante.

A Evolução da Otea ao Longo dos Séculos

A Otea passou por várias transformações desde a chegada dos missionários europeus no século XVIII, que tentaram proibir a dança. Com a revitalização cultural do Tahiti no século XX, a Otea se consolidou como um patrimônio cultural e um dos elementos mais emblemáticos do Ori Tahiti no mundo.

Conclusão

A Otea é mais do que uma dança; é um símbolo da cultura polinésia, expressando história, identidade e tradição. Com seu ritmo enérgico e movimentos marcantes, continua a encantar e inspirar dançarinos ao redor do mundo, mantendo viva a rica herança do Ori Tahiti.

Confira abaixo um vídeo demonstrativo de como a Otea é dançada nos tempos atuais. Três dançarinas de Ori Tahiti apresentando suas permormaces no festival Ori  Tahit Nui Competitions.